sábado, 17 de agosto de 2013

CORPO HUMANO



                                                                                 Glóbulos vermelhos

Hemograma        

No nosso sangue circulam três tipos básicos de células, todas produzidas na medula óssea. São estas células que estudamos através do hemograma:
- Hemácias (glóbulos vermelhos).
- Leucócitos (glóbulos brancos).
- Plaquetas.
Os atuais valores de referência do hemograma foram estabelecidos na década de 1960, após observação de vários indivíduos sem doenças. O considerado normal é, na verdade, os valores que ocorrem em 95% da população sadia. 5% das pessoas sem problemas médicos podem ter valores do hemograma fora da faixa de referência (2,5% um pouco abaixo e outros 2,5% um pouco acima). Portanto, pequenas variações para mais ou para menos não necessariamente indicam alguma doença. Obviamente, quanto mais afastado um resultado se encontra do valor de referência, maior a chance disto verdadeiramente representar alguma patologia.
Não vou me ater muito em valores específico, uma vez que os laboratórios atualmente fazem essa contagem automaticamente através de máquinas, e os valores de referência sempre vêm impressos nos resultados. Cada laboratório tem o seu valor de referência próprio e, em geral, são todos muito semelhantes.

A- ERITROGRAMA

O eritrograma é a primeira parte do hemograma. É o estudo dos glóbulos vermelhos, ou seja, das hemácias, também chamadas de eritrócitos.
Vejam esse exemplo fictício abaixo. Lembre-se que os valores de referência podem variar entre laboratórios.

Os três primeiros dados, contagem de hemácias, hemoglobina e hematócrito, são analisados em conjunto. Quando estão reduzidos, indicam anemia (leia: O QUE É ANEMIA ?), isto é, baixo número de glóbulos vermelhos no sangue. Quando estão elevados indicam policitemia, que é o excesso de hemácias circulantes.
O hematócrito é o percentual do sangue que é ocupado pelas hemácias. Um hematócrito de 45% significa que 45% do sangue é compostos por hemácias. Os outros 55% são basicamente água e todas as outras substâncias diluídas. Pode-se notar, portanto, que praticamente metade do sangue é, na verdade, composto por células vermelhas.
Se por um lado a falta de hemácias prejudica o transporte de oxigênio, por outro, células vermelhas em excesso deixam o sangue muito espesso, atrapalhando seu fluxo e favorecendo a formação de coágulos.
A hemoglobina é uma molécula que fica dentro da hemácia. É a responsável pelo transporte de oxigênio. Na prática, a dosagem de hemoglobina acaba sendo a mais precisa na avaliação de uma anemia.
O volume globular médio (VGM) ou volume corpuscular médio (VCM), mede o tamanho das hemácias. Um VCM elevado indica hemácias macrocíticas, ou seja, hemácias grandes. VCM reduzidos indicam hemácias microcíticas, isto é, de tamanho diminuído.
Esse dado ajuda a diferenciar os vários tipos de anemia. Por exemplo, anemias por carência de ácido fólico cursam com hemácias grandes, enquanto que anemias por falta de ferro se apresentam com hemácias pequenas (ANEMIA FERROPRIVA Carência de ferro). Existem também as anemias com hemácias de tamanho normal.
Alcoolismo é uma causa de VCM aumentado (macrocitose) sem anemia ( EFEITOS DO ÁLCOOL E ALCOOLISMO).
O CHCM (concentração de hemoglobina corpuscular média) ou CHGM (concentração de hemoglobina globular média) avalia a concentração de hemoglobina dentro da hemácia.
O HCM (hemoglobina corpuscular média) ou HGM (hemoglobina globular média) é o peso da hemoglobina dentro das hemácias.
Os dois valores indicam basicamente a mesma coisa, a quantidade de hemoglobina nas hemácias. Quando as hemácias têm poucas hemoglobinas, elas são ditas hipocrômicas. Quando têm muitas, são hipercrômicas.
Assim como o VCM , o HCM e o CHCM também são usados para diferenciar os vários tipos de anemia.
O RDW é um índice que avalia a diferença de tamanho entre as hemácias. Quando este está elevado significa que existem muitas hemácias de tamanhos diferentes circulando. Isso pode indicar hemácias com problemas na sua morfologia. É muito comum RDW elevado, por exemplo, na carência de ferro, onde a falta deste elemento impede a formação da hemoglobina normal, levando à formação de uma hemácia de tamanho reduzido.
Excetuando-se o hematócrito e a hemoglobina, que são de fácil entendimento, os outros índices do eritrograma são mais complexos e pessoas sem formação médica dificilmente conseguirão interpretá-los de forma correta. É preciso conhecer bem todos os tipos de anemia para que esses dados possam ser úteis.

B- LEUCOGRAMA

O leucograma é a parte do hemograma que avalia os leucócitos. Estes são também conhecidos como série branca ou glóbulos brancos. São as células de defesa responsáveis por combater agentes invasores.
Os leucócitos são, na verdade, um grupo de diferentes células, com diferentes funções no sistema imune. Alguns leucócitos atacam diretamente o invasor, outros produzem anticorpos, outros apenas fazem a identificação, e assim por diante.
O valor normal dos leucócitos varia entre 4000 a 11000 células por mililitro.
Existem cinco tipos de leucócitos, cada um com suas particularidades, a saber:
1) Neutrófilos
O neutrófilo é o tipo de leucócito mais comum. Representa, em média, de 45% a 75% dos leucócitos circulantes. Os neutrófilos são especializados no combate a bactérias. Quando há uma infecção bacteriana, a medula óssea aumenta a sua produção, fazendo com que sua concentração sanguínea se eleve. Portanto, quando temos um aumento do número de leucócitos totais, causado basicamente pela elevação dos neutrófilos, estamos provavelmente diante de um quadro infeccioso bacteriano.
Os neutrófilos têm um tempo de vida de aproximadamente 24-48 horas. Por isso, assim que o processo infeccioso é controlado, a medula reduz a produção de novas células e seu níveis sanguíneos retornam rapidamente aos valores basais.
Neutrofilia = é o termo usado quando há um aumento do número de neutrófilos.
Neutropenia = é o termo usado quando há uma redução do número de neutrófilos.
2) Segmentados e bastões
Os  bastões são os neutrófilos jovens. Quando estamos infectados, a medula óssea aumenta rapidamente a produção de leucócitos e acaba por lançar na corrente sanguínea neutrófilos jovens recém-produzidos. A infecção deve ser controlada rapidamente, por isso, não há tempo para esperar que essas células fiquem maduras antes de lançá-las ao combate. Em uma guerra o exército não manda só os seus soldados mais experientes, ele manda aqueles que estão disponíveis.
Normalmente, apenas 4% a 5% dos neutrófilos circulantes são bastões. A presença de um percentual maior de células jovens é uma dica de que possa haver um processo infeccioso em curso.
No meio médico, quando o hemograma apresenta muitos bastões chamamos este achado de “desvio à esquerda”. Esta denominação deriva do fato dos laboratórios fazerem a listagem dos diferentes tipos de leucócitos colocando seus valores um ao lado do outro. Como os bastões costumam estar à esquerda na lista, quando há um aumento do seu número diz-se que há um desvio para a esquerda no hemograma. Portanto, se você ouvir o termo desvio à esquerda, significa apenas que há um aumento da produção de neutrófilos jovens.
Os neutrófilos segmentados são os neutrófilos maduros. Quando o paciente não está doente ou já está em fase final de doença, praticamente todos os neutrófilos são segmentados, ou seja, células maduras.
3) Linfócitos
Os linfócitos são o segundo tipo mais comum de glóbulos brancos. Representam de 15 a 45% dos leucócitos no sangue.
Os linfócitos são as principais linhas de defesa contra infecções por vírus e contra o surgimento de tumores. São eles também os responsáveis pela produção dos anticorpos.
Quando temos um processo viral em curso, é comum que o número de linfócitos aumente, às vezes, ultrapassando o número de neutrófilos e tornando-se o tipo de leucócito mais presente na circulação.
Os linfócitos são as células que fazem o reconhecimento de organismos estranhos, iniciando o processo de ativação do sistema imune. Os linfócitos são, por exemplo, as células que iniciam o processo de rejeição nos transplantes de órgãos.
Os linfócitos também são as células atacadas pelo vírus HIV. Este é um dos motivos da AIDS (SIDA) causar imunossupressão e levar a quadros de infecções oportunistas.
Linfocitose = é o termo usado quando há um aumento do número de linfócitos.
Linfopenia = é o termo usado quando há redução do número de linfócitos.
Obs: linfócitos atípicos são um grupo de linfócitos com morfologia diferente, que podem ser encontrados no sangue. Geralmente surgem nos quadros de infecções por vírus, como mononucleose, gripe, dengue, catapora, etc. Além das infecções, algumas drogas e doenças auto-imunes, como lúpus, artrite reumatoide e síndrome de Guillain-Barré, também podem estimular o aparecimento de linfócitos atípicos. Atenção, linfócitos atípicos não têm nada a ver com câncer.
4) Monócitos
Os monócitos normalmente representam de 3 a 10% dos leucócitos circulantes. São ativados tanto em processos virais quanto bacterianos. Quando um tecido está sendo invadido por algum germe, o sistema imune encaminha os monócitos para o local infectado. Este se ativa, transformando-se em macrófago, uma célula capaz de “comer” micro-organismos invasores.
Os monócitos tipicamente se elevam nos casos de infecções, principalmente naquelas mais crônicas, como a tuberculose.
5) Eosinófilos
Os eosinófilos são os leucócitos responsáveis pelo combate de parasitas e pelo mecanismo da alergia. Apenas 1 a 5% dos leucócitos circulantes são eosinófilos.
O aumento de eosinófilos ocorre em pessoas alérgicas, asmáticas ou em casos de infecção intestinal por parasitas.
Eosinofilia =  é o termo usado quando há aumento do número de eosinófilos
Eosinopenia = é o termo usado quando há redução do número de eosinófilos
6) Basófilos
Os basófilos são o tipo menos comum de leucócitos no sangue. Representam de 0 a 2% dos glóbulos brancos. Sua elevação normalmente ocorre em processos alérgicos e estados de inflamação crônica.
Conclusão
Quando os leucócitos estão aumentados, damos o nome de leucocitose. Quando estão diminuídos chamamos de leucopenia. A leucocitose pode ser causada por uma linfocitose ou por uma neutrofilia, por exemplo. Já a leucopenia pode surgir devido a uma linfopenia ou neutropenia.
Quando notamos aumento ou redução dos valores dos leucócitos é importante ver qual das seis linhagens descritas anteriormente é a responsável por essa alteração. Como neutrófilos e linfócitos são os tipos mais comuns, estes geralmente são os responsáveis pelo aumento ou diminuição da concentração dos leucócitos.
Grandes elevações podem ocorrer nas leucemias, que nada mais é que o câncer dos leucócitos. Enquanto processos infecciosos podem elevar os leucócitos até 20.000-30.000 células/ml, na leucemia estes valores ultrapassam facilmente as 50.000 cel/ml .
As leucopenias normalmente ocorrem por lesões na medula óssea. Podem ser por quimioterapia, por drogas, por invasão de células cancerígenas ou por invasão por micro-organismos.

C- PLAQUETAS

As plaquetas são fragmentos de células responsáveis pelo início do processo de coagulação. Quando um tecido de qualquer vaso sanguíneo é lesado, o organismo rapidamente encaminha as plaquetas ao local da lesão. As plaquetas se agrupam e formam um trombo, uma espécie de rolha ou tampão, que imediatamente estanca o sangramento. Graças à ação das plaquetas, o organismo tem tempo de reparar os tecido lesados sem que haja muita perda de sangue.
O valor normal das plaquetas varia entre 150.000 a 450.000 por microlitro (uL). Porém, até valores próximos de 50.000, o organismo não apresenta dificuldades em iniciar a coagulação.
Quando os valores se encontram abaixo das 10.000 plaquetas/uL há risco de morte, uma vez que pode haver sangramentos espontâneos.
Trombocitopenia é como chamamos a redução da concentração de plaquetas no sangue. Trombocitose é o aumento.
A dosagem de plaquetas é importante antes de cirurgias e para avaliar quadros de sangramentos sem causa definida.
Considerações finais
Quando temos redução de duas das três linhagens de células do sangue, chamamos de bicitopenia. Quando os três tipos de células estão reduzidos, damos o nome de pancitopenia. Doenças que cursam com inflamação crônica, como o lúpus, por exemplo, podem se apresentar com redução de uma, duas ou das três linhagens (leia: LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO). Na verdade, qualquer agressão à medula óssea, seja por medicamentos, infecções ou doenças, pode causar diminuição da produção das células do sangue.


Hipertenção

Novas aplicações para o veneno da jararaca



Veneno da jararaca continua revelando a presença de toxinas ativas, segundo pesquisadores do Departamento de Farmacologia da Unicamp. Essas substâncias podem vir a ser modelos para medicamentos ou auxiliares em pesquisas para o entendimento dos mecanismos de toxicidade dos venenos.
A maioria dos hipertensos não sabe, mas o captopril - cujo nome comercial é capoten - foi desenvolvido a partir de uma substância encontrada no veneno da jararaca brasileira. Comercializado desde os anos 70, ele ainda é o medicamento para pressão alta mais usado no mundo. E as jaracacas continuam revelando componentes, cujo isolamento, caracterização química e utilidade são objetos de estudo. Exemplos são os pesquisadores do Departamento de Farmacologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que têm se dedicado à busca de substâncias presentes nesses venenos cuja atividade possa ser útil para o entendimento da fisiologia e para a descoberta de novos medicamentos.
Usando técnicas bioquímicas e músculos isolados de camundongos e aves, a farmacêutica Priscila Randazzo e a fisioterapeuta Charlene Galbiatti estudam as características químicas e os efeitos biológicos de toxinas isoladas de venenos de duas espécies de jararacas (Bothrops pauloensis e Bothrops marajoensis). As pesquisadoras encontraram duas novas toxinas, Bp-12 e B-maj9, que paralisam os músculos dos animais. Segundo elas, os resultados indicam que as toxinas interferem na transmissão do impulso nervoso para o músculo e também afetam o tecido muscular.
Do ponto de vista clínico, o veneno da jararaca não é considerado paralisante. No Brasil, essa ação é atribuída apenas a dois gêneros de serpentes: coral e cascavel. Por outro lado, Randazzo e Galbiatti explicam que toxinas de venenos que não se manifestam clinicamente podem servir de modelo para a síntese de novos medicamentos e também para ajudar a compreender como funciona o organismo e o mecanismo de ação dos venenos.
Esse objetivo foi atingido pela pesquisadora Léa Rodrigues Simioni, pioneira no estudo da ação paralisante das jararacas e coordenadora das pesquisas desenvolvidas por Randazzo e Galbiatti. Contrariando as expectativas de quem acreditava que a ação paralisante era exclusividade de cascavel e coral, Simioni confirmou experimentalmente na década de 80 o mesmo efeito no veneno de uma jararaca (Bothrops jararacussu) e dele isolou a toxina responsável pelo efeito. A colaboração com outros pesquisadores permitiu a caracterização química do componente paralisante, que foi denominado bothropstoxina e se tornou uma das mais importantes ferramentas (auxiliares) de pesquisa. Ela é utilizada por pesquisadores de outros países no entendimento dos mecanismos de toxicidade dos envenenamentos e da própria fisiologia geral.
O efeito terapêutico é também uma das perspectivas do estudo das toxinas, lembra Galbiatti. Exemplo disso é a toxina botulínica, famosa por seu nome comercial “Botox”, usada para tratar doenças e até como cosmético, suavizando rugas. Embora seja uma toxina de origem bacteriana, as propriedades terapêuticas e cosméticas da Botox também se devem à habilidade de impedir a transmissão do impulso nervoso para o músculo.
Porém, do ponto de vista terapêutico, o grande inconveniente das toxinas de venenos de serpentes é o dano que muitas delas causam no tecido muscular. É o caso da Bp-12, toxina estudada por Randazzo em sua tese de doutorado, que está em fase final. Mas isso, segundo as pesquisadoras, não exclui a toxina de possíveis aplicações. Afinal, a mesma ciência que revela propriedades de aplicação em medicina, investiga as origens dos efeitos tóxicos e as condições em que eles se manifestam. Isso permite que ela própria, a ciência, encontre meios de controlar ou anular os efeitos indesejáveis.


Vacina brasileira contra a Aids será testada em macacos

O objetivo é encontrar o método de imunização mais eficaz para ser usado em humanos
Uma vacina brasileira contra o vírus HIV, causador da Aids, começará a ser testada em macacos no segundo semestre deste ano. Com duração prevista de 24 meses, os experimentos têm o objetivo de encontrar o método de imunização mais eficaz para ser usado em humanos. Concluída essa fase, e se houver financiamento suficiente, poderão ter início os primeiros ensaios clínicos.
 
                                                                   Fapesp
Imunizante desenvolvido e patenteado por pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP mostrou alta potência em camundongos (NIH)
Denominado HIVBr18, o imunizante foi desenvolvido e patenteado pelos pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) Edecio Cunha Neto, Jorge Kalil e Simone Fonseca.
Atualmente, o projeto é conduzido no âmbito do Instituto de Investigação em Imunologia, um dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs), um programa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), apoiado pela FAPESP no Estado de São Paulo.
O trabalho teve início em 2001, com apoio de um Auxílio Regular sob a coordenação de Cunha Neto. Em parceria com Kalil, o pesquisador analisou o sistema imunológico de um grupo especial de portadores do vírus que mantinham o HIV sobre controle por mais tempo e demoravam para adoecer. No sangue dessas pessoas, a quantidade de linfócitos T do tipo CD4 – o principal alvo do HIV – permanecia mais elevada que o normal.
“Já se sabia que as células TCD4 são responsáveis por acionar os linfócitos T do tipo CD8, produtores de toxinas que matam as células infectadas. As TCD4 acionam também os linfócitos B, produtores de anticorpos. Mas estudos posteriores mostraram que um tipo específico de linfócito TCD4 poderia também ter ação citotóxica sobre as células infectadas. Os portadores de HIV que tinham as TCD4 citotóxicas conseguiam manter a quantidade de vírus sob controle na fase crônica da doença”, contou Cunha Neto.
Os pesquisadores então isolaram pequenos pedaços de proteínas das áreas mais preservadas do vírus HIV – aquelas que se mantêm estáveis em quase todas as cepas.
Com auxílio de um programa de computador, selecionaram os peptídeos que tinham mais chance de serem reconhecidos pelos linfócitos TCD4 da maioria dos pacientes. Os 18 peptídeos escolhidos foram recriados em laboratório e codificados dentro de um plasmídeo – uma molécula circular de DNA.
Testes in vitro feitos com amostras de sangue de 32 portadores de HIV com condições genéticas e imunológicas bastante variadas mostraram que, em mais de 90% dos casos, pelo menos um dos peptídeos foi reconhecido pelas células TCD4. Em 40% dos casos, mais de cinco peptídeos foram identificados. Os resultados foram divulgados em 2006 na revista Aids.
Em outro experimento divulgado em 2010 na PLoSOne, em parceria com Daniela Rosa, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e Susan Ribeiro, da FMUSP, os peptídeos foram administrados a camundongos geneticamente modificados para expressar moléculas do sistema imunológico humano. Nesse caso, 16 dos 18 peptídeos foram reconhecidos e ativaram tanto os linfócitos TCD4 como os TCD8.
“Fizemos o experimento com quatro grupos de camundongos. Cada um expressava um tipo diferente da molécula HLA (sigla da expressão em inglês para Antígenos Leucocitários Humanos), que está diretamente envolvida com o reconhecimento do vírus”, contou Cunha Neto.
O grupo então desenvolveu uma nova versão da vacina com elementos conservados de todos os subtipos do HIV do grupo principal, chamado grupo M, que mostrou-se capaz de induzir respostas imunes contra fragmentos de todos os subtipos testados até o momento. O trabalho foi conduzido durante o doutorado de Rafael Ribeiro.
“Os resultados sugerem que uma única vacina poderia, em tese, ser usada em diversas regiões do mundo, onde diferentes subtipos do HIV são prevalentes”, afirmou Cunha Neto.
No teste mais recente, feito com camundongos e ainda não publicado, os pesquisadores avaliaram a capacidade dessa nova vacina de reduzir a carga viral no organismo. “O HIV normalmente não infecta camundongos, então nós pegamos um vírus chamado vaccinia – que é aparentado do causador da varíola – e colocamos dentro dele antígenos do HIV”, contou Cunha Neto.
Nos animais imunizados com a vacina, a quantidade do vírus modificado encontrada foi 50 vezes menor que a do grupo controle. Agora estão sendo realizados experimentos para descobrir se, de fato, a destruição viral aconteceu por causa da ativação das células TCD4 citotóxicas.
“Vamos imunizar um camundongo e injetar o vírus modificado. Em seguida, separaremos os linfócitos produzidos e injetaremos em um segundo animal apenas as células TCD4. Um terceiro animal receberá apenas as células TCD8. Depois esses dois animais que receberam os linfócitos com o vírus modificado serão infectados – e um terceiro receberá apenas placebo – para podermos ver qual organismo é capaz de combater melhor o vírus”, explicou Cunha Neto.
Os cientistas estimam que, no estágio atual de desenvolvimento, a vacina não eliminaria totalmente o vírus do organismo, mas poderia manter a carga viral reduzida ao ponto de a pessoa infectada não desenvolver a imunodeficiência e não transmitir o vírus.
Segundo Cunha Neto, a HIVBr18 também poderia ser usada para fortalecer o efeito de outras vacinas contra a Aids, como a desenvolvida pelo grupo do imunologista Michel Nussenzweig, da Rockefeller University, de Nova York, feita com uma proteína do HIV chamada gp140.
“Em um experimento conduzido pela pesquisadora Daniela Rosa, observamos que a pré-imunização com a HIVBr18 melhora a resposta à vacina feita com a proteína recombinante do envelope do HIV gp140, que é a responsável pela entrada do vírus nas células. Uma vacina capaz de induzir a produção de anticorpos contra essa proteína poderia bloquear a infecção pelo HIV”, disse Cunha Neto.

Macacos Rhesus
A última etapa do teste pré-clínico será realizada na colônia de macacos Rhesus do Instituto Butantan – uma parceria que envolve as pesquisadoras Susan Ribeiro, Elizabeth Valentini e Vania Mattaraia. A vantagem de fazer testes em primatas é a semelhança com o sistema imunológico humano e o fato de eles serem suscetíveis ao SIV, vírus que deu origem ao HIV.
“Nosso objetivo é testar diversos métodos de imunização para selecionar aquele capaz de induzir a resposta imunológica mais forte e então poder testá-lo em humanos. Além da vacina de DNA originalmente criada, vamos colocar os nossos peptídeos dentro de outros vírus vacinais, como o adenovírus de chimpanzé, vacina da febre amarela ou o MVA, e selecionar a melhor combinação de vetores”, afirmou Cunha Neto.
Há dados que mostram, por exemplo, que a vacina com adenovírus recombinante contendo os mesmos 18 fragmentos do HIV em camundongos induz uma resposta imunológica de maior magnitude que a vacina de DNA.
Segundo Cunha Neto, o objetivo é verificar não apenas qual é a formulação que mais ativa os linfócitos TCD4 citotóxicos como também a que mais auxilia a resposta de linfócitos TCD8 e a produção de anticorpos contra a proteína gp140, do envelope do vírus.
O ensaio clínico de fase 1 deverá abranger uma população saudável e com baixo risco de contrair o HIV, que será acompanhada de perto por vários anos. Nesse primeiro momento, além de avaliar a segurança do imunizante, o objetivo é verificar a magnitude da resposta imune que ele é capaz de desencadear e por quanto tempo os anticorpos permanecem no organismo.
Se a HIVBr18 for bem-sucedida nessa primeira etapa da fase clínica, poderá despertar interesse comercial. A esperança dos cientistas é atrair investidores privados, uma vez que o custo estimado para chegar até terceira fase dos testes clínicos é de R$ 250 milhões.
Até o momento, somando o financiamento da FAPESP e do governo federal, foi investido cerca de R$ 1 milhão no projeto.

  

 Sistema Linfático

O sistema linfático faz parte do sistema imunológico do corpo. Ele desempenha papel importante nas defesas do corpo contra a infecção e alguns outros tipos de doença, inclusive o câncer.
Como o sistema sangüíneo, o sistema linfático faz parte do sistema circulatório, mas possui um fluido conhecido por linfa, em vez de sangue.
O sistema linfático ajuda a transportar substâncias – células, proteínas, nutrientes, produtos residuais – pelo corpo e é composto de:
Vasos linfáticos (às vezes chamados simplesmente de ‘linfáticos’)
Linfonodos (às vezes chamados de ‘gânglios linfáticos’)
Órgãos como baço e timo
Fisiologia e papel do sistema linfático
O sistema linfático é parte importante do sistema imunológico do corpo, fornecendo defesas contra infecção e alguns outros tipos de doença, inclusive o câncer.
Um fluido chamado linfa circula pelos vasos linfáticos e transporta os linfócitos, um tipo de glóbulo branco do sangue pelo corpo.
Os vasos linfáticos passam através dos linfonodos, que contêm grande quantidade de linfócitos e atuam como filtros, confinando organismos infecciosos como bactérias e vírus.
Os linfonodos tendem a se aglomerar em grupos – por exemplo, há grandes grupos nas axilas, no pescoço e na virilha.
Quando uma parte do corpo fica infeccionada ou inflamada, os linfonodos mais próximos se tornam dilatados e sensíveis. Isso é o que acontece, por exemplo, quando uma pessoa com a garganta inflamada desenvolve “gânglios inchados” no pescoço. O fluido linfático da garganta escoa para os linfonodos no pescoço, nos quais o organismo infeccioso pode ser destruído e impedido de se espalhar para outras partes do corpo.

Importância das células T e B

Há dois tipos principais de linfócitos:
Células T
Células B
Os linfócitos, tal como outros tipos de células sangüíneas, se desenvolvem na medula óssea. Eles começam a viver como células imaturas chamadas de células-tronco. Ainda na infância, alguns linfócitos migram para o timo, um órgão que fica na porção superior do tórax, onde amadurecem e se transformam em células T. Outros permanecem na medula óssea e amadurecem transformando-se em células B. Ambos linfócitos T e B desempenham papel importante no reconhecimento e destruição de organismos infecciosos como bactérias e vírus.
Em condições normais, a maioria dos linfócitos em circulação no corpo são células T. Sua função é a de reconhecer e destruir células anormais do corpo (por exemplo, as células infectadas por vírus).
As células B reconhecem células e materiais ‘estranhos’ (como bactérias que invadiram o corpo). Quando essas células entram em contato com uma proteína estranha (por exemplo, na superfície das bactérias), elas produzem anticorpos que ‘aderem’ à superfície da célula estranha e provocam sua destruição.
Fonte: www.roche.com.br
Sistema Linfático
É um complexo sistema orgânico constituído por diversas formações: capilares, vasos coletores linfáticos e nódulos linfáticos. Neste sistema circula a linfa que provem dos tecidos, e desemboca no sistema venoso. O sistema linfático tem sua origem nos capilares situados na trama de quase todos os órgãos, onde nascem com fundo cego.
Faltam no baço, na medula óssea, no sistema nervoso central, nos epitélios, nos cartílagos e na esclerótica dos olhos. Os capilares linfáticos confluem nos vasos linfáticos propriamente ditos, que têm um curso flexuoso ou retilíneo, com um aspecto moniliforme e são providos de válvulas; costumam seguir quase sempre o curso das veias, dividindo-se em superficiais, que se encontram no tecido subcutâneo, e profundas, situadas por baixo dos feixes musculares. Os coletores linfáticos principais são dois e conduzem a linfa desde os vasos até as veias.
Os gânglios linfáticos são corpúsculos esféricos, ovais, de diferentes tamanhos, que variam, desde uma cabeça de alfinete a uma avelã; têm cor variável, desde o vermelho ao esbranquiçado, encontrando-se isolados ou agrupados em diferentes regiões do corpo, a isto convergem e disso saem os vasos linfáticos. Estas reagrupações regionais se denominam estações linfonodais e cada uma delas dispõe, portanto, de vasos aferentes e vasos eferentes.
A corrente dos vasos linfáticos procede em sentido centrípeto, ou seja, desde a periferia em direção ao centro. A linfa contida, em sua maior parte, nos vasos linfáticos, passa desde a circulação linfática à sangüínea através de dois coletores linfáticos principais: o conduto torácico e a grande veia linfática. Linfa: tem o aspecto de um líquido claro, transparente, incolor, com reação alcalina. Coagula quando sai dos vasos linfáticos. Além disso, (linfa dos vasos linfáticos) realiza pelos espaços existentes entre os elementos dos tecidos, isto é, nos intervalos; neste caso recebe o nome de linfa intersticial.
A linfa intersticial contém substâncias que chegam aos espaços intersticiais dos tecidos, através das paredes dos capilares sangüíneos e que estão destinadas à nutrição das células e produtos que derivam da atividade funcional específica dos tecidos, que são, em parte, destinados a serem utilizados pelo organismo e, em parte, produtos de desfeitos. Certa quantidade desta linfa passa aos vasos linfáticos.
A linfa dos vasos linfáticos se distingue da intersticial porque contém os seguintes elementos (que faltam na linfa intersticial):
Linfócitos (8000/mm3), escassos granulócitos e monócitos .
O plasma linfático é a parte líquida da linfa e o quilo, e a linfa que circula nos vasos linfáticos provenientes das abundância de pêlos intestinais. Os capilares linfáticos são condutos formados por células endoteliais, cujo diâmetro mede entre 15 e 100 micras. O passo da linfa intersticial tem lugar através da parede do capilar e depende, em grande medida, da pressão intracelular. Os vasos e os coletores linfáticos se formam por membranas de tecido superpostas, a túnica adventícia, mais externas, de fibras elásticas e colágenas; a túnica media, de células musculares circulares e oblíquas, às vezes falta e a túnica íntima, formada por uma lâmina de células endoteliais e por um plano subendotelial muito rico em fibras elásticas. Os vasos linfáticos estão providos, no seu interior, de uns repregues da túnica íntima que formam as válvulas, em cujo nível o vaso se estreita.
Gânglios linfáticos São pequenas formações de aspecto cilíndrico, oval ou esférico, que apresentam sobre sua superfície externa um hilo por onde penetram os vasos sangüíneos e os vasos linfáticos eferentes; enquanto que os vasos linfáticos aferentes alcançam os gânglios linfáticos pela parte oposta ao hilo. O gânglio linfático é irrigado por uma artéria que penetra através do hilo. Os gânglios linfáticos produzem linfócitos e em parte monócitos. Principais cadeias linfáticas. A) Gânglios linfáticos pericervicais, são gânglios linfáticos situados na zona, interpostos entre a cabeça e o pescoço, formando uma espécie de colar. Distinguem-se os seguintes grupos:
1. Gânglios linfáticos subocipitais
Provem da parte occipital do couro cabeludo e de uma parte da nuca
2. Auriculares
Compreendem um grupo posterior que se encontra na região mastóidea e recolhe a linfa, que provem dos linfáticos situados na região temporal e na superfície media do pavilhão auricular. Os vasos eferentes vão aos gânglios linfáticos parótidas. Os vasos eferentes desembocam nos gânglios linfáticos parótidas.
3. gânglios linfáticos parótidas
São muito numerosos e se dispõem no oco ou prisão parótida recebendo a linfa, que provem da porção frontal do couro cabeludo, das pálpebras, do nariz, e da região temporal, superfície lateral do pavilhão auricular, do conduto auditivo externo, do ouvido médio, e da glândula parótida.
4. gânglios linfáticos aferentes da testa
Da porção medial das pálpebras, de parte do nariz, das maçãs do rosto e desembocam na cadeia jugular interna.
5. gânglios linfáticos submentonianos
São dois ou três gânglios situados na sínfise do queixo, da pele e da mucosa da parte media do lábio inferior, da ponta da língua e da superfície inferior da boca.
6. gânglios linfáticos retrofaríngeos
Encontram-se situados entre a porção superior da parede posterior da faringe e as primeiras vértebras cervicais, recebem a linfa da rinofaringe, das trompas auditivas, do ouvido médio e das cavidades nasais.
B) Cadeia laterocervical superficial
É formada por quatro de seis gânglios linfáticos situados no curso da veia jugular externa. Estes gânglios linfáticos recebem os vasos linfáticos da pele da região carotidea e do tecidos conetivo subcutâneo, e em uma mínima parte a linfa que provem do pavilhão auricular e da glândula parótida. Os vasos eferentes desembocam na jugular interna.
C) Cadeia laterocervical profunda: é formada por três gânglios: 1. Cadeia jugular interna
Formada por gânglios linfáticos dispostos ao largo do curso da maior parte da cabeça e do pescoço; os vasos eferentes formam o tronco jugular único ou duplo, que desemboca na confluência das veias jugular interna e subclávia ou conduto linfático à direita.
2. Cadeia do nervo acessório do vago
Os vasos aferentes provem dos gânglios linfáticos mastóideos e occipitais, e os eferentes desembocam na cadeia cervical transversa.
3. Cadeia cervical transversa
Situada ao longo da artéria transversa, recebe os vasos linfáticos da cadeia do nervo acessório do vago e os vasos aferentes formam o canal coletor cervical transverso, que desemboca na confluência entre a veia jugular interna e a veia subclava, ou melhor se une ao coletor jugular, ou termina à direita no conduto linfático direito e à esquerda no conduto torácico.
D) Cadeia jugular anterior
Encontra-se ao longo do curso da veia homônima, seus vasos eferentes confluem na cadeia jugular interna ou na cervical transversa.
E) Nódulos linfáticos cervicais profundos anteriores:
Compreendem os seguintes grupos:
1. grupo infrahiroedeo.
2. grupo prefaríngeo
Dispostos nas vias linfáticas da tireóide e laringe.
3. grupo pré-traqueal
Situado em frente à porção da traquéia; os vasos aferentes provêm da tiróide e da traquéia; os vasos eferentes confluem nas cadeias recorrenciais ou na jugular interna.
4. cadeia recorrencial
Situada no curso do nervo laríngeo ou recorrente (ramo do nervo vago), recebe a linfa da laringe, tireóide, traquéia e esôfago; os vasos eferentes formam o tronco que desemboca na confluência venosa ou no conduto torácico à esquerda e no conduto linfático direito à direita.
Linfáticos do tórax: distinguem-se os linfáticos parietais e viscerais.
Os gânglios linfáticos parietais formam os seguintes grupos:
1. Grupo mamário interno
Disposto ao longo do curso da artéria mamária interna, que recebe os linfáticos da mama, da pele e dos músculos da região epigástrica e os vasos linfáticos que provêm dos gânglios linfáticos diafragmáticos anteriores.
2. Grupo intercostal
Se divide em médios e laterais e recebem a linfa da parte posterior dos espaços intercostais, que se dividem em médios e laterais, e recebem a linfa da parte posterolateral da parede do tórax. 3. grupo diafragmático: disposto na superfície convexa do diafragma, que se divide num subgrupo pré-pericárdico e dois subgrupos lateropericárdicos, que recebem a linfa que provem do diafragma do pericárdio da pleura que reveste a face inferior do diafragma e do fígado.
Os vasos eferentes se dirigem aos gânglios linfáticos viscerais e se encontram no mediastino anterior e posterior e nos pulmões.
Formam os seguintes grupos:
1. grupo mediastínico anterior
Compreende os gânglios situados entre o esterno e o coração (gânglios cardíacos) e os que se encontram pela frente do arco da aorta e por cima do mesmo (gânglio pre-aórticos e supra-aórticos).
2. grupo mediastínico posterior
Formado por alguns gânglios linfáticos, situados entre o pericárdio e a coluna vertebral em relação com o esôfago, com a pleura e com a aorta torácica, isto é, com os órgãos do mediastino posterior.
3. grupo paratraqueobronquial ou estação mediastínica media
Formado pelos gânglios linfáticos traqueobronquiais de Barety; estes gânglios linfáticos estão situados ao redor da bifurcação da traquéia e tem
sido classificados em 5 grupos:
A) intertraqueobronquial (ocupa o ângulo de bifurcação da traquéia)
B e C) pretraqueobronquiais direito e esquerdo (ocupam a cada lado o ângulo entre a traquéia e o brônquio);
D e E) grupo hiliar (situado no hilo de cada pulmão)
4. gânglios linfáticos intrapulmonares
Estão situados no interior dos pulmões, em correspondência dos ângulos formados pelas ramificações bronquiais e dos pulmões e os vasos eferentes confluem no grupo hiliar da estação peritraqueobronquial. Linfáticos dos membros inferiores.
No membro inferior existem três estações nodulares:
A) Estação tibial anterior
Formada pelo gânglio tibial anterior que se encontra em contato com a porção superior da artéria tibial anterior, em frente da parte superior da membrana interóssea, recebe os vasos linfáticos que provêm da parte profunda da planta do pé; esse tronco se acomoda logo junto aos vasos linfáticos profundos da região anterior da perna para confluir no gânglio linfático tibial anterior.
Os vasos linfáticos eferentes atravessam a parte superior do espaço interósseo da perna, de frente para trás, desembocando os gânglios poplíteos.
B) estação poplítia
É formada por 4 ou oito gânglios linfáticos, imersos no tecido adiposo que enche a fossa poplítea. Encontra-se por cima dos côndilos do fêmur (supracondileos), entre os côndilos do fêmur (intracondileos), em contato com a superfície posterior da cápsula articular do joelho (justa-articulares) e por último nas proximidades da embocadura da safena menor na veia poplítea (justa-safenos). Recebem os vasos linfáticos que provêm da estação tibial anterior, os vasos linfáticos que acompanham o curso dos vasos da planta do pé, dos vasos tibiais posteriores e perônios e os linfáticos que provêm da articulação do joelho. Por último, a estação poplítea recebe também os vasos linfáticos safenos internos, que dispõe do dorso do pé e dos planos superficiais da região da perna.
c) Estação inguinal
É formada por gânglios linfáticos que se encontram na região inguinofemoral, situada embaixo da dobra da virilha e que compreende parte da superfície ântero-medial da coxa; nesta estação se distinguem gânglios superficiais e profundos:
1. gânglios inguinais superficiais
Estão situados no espessor do tecido conetivo subcutâneo pela frente da fasciata.
Estes gânglios costumam ser de oito a doze, e estão separados entre si por duas linhas imaginárias que se entrecruzam em ângulo reto, em correspondência da influência da veia safena maior na femoral. Distinguem-se assim quatro grupos de gânglios: superolateral, superomedial, inferolateral, e inferomedial.
2. gânglios inguinais profundos
Estão em número de dois ou três, colocados perto da superfície media da veia femoral, profundamente a fascia cribosa, no triângulo de Scarpa.
Este grupo recebe vasos linfáticos que provêm dos gânglios inguinais superficiais. Os vasos linfáticos eferentes dos nódulos inguinais profundos se dirigem para a pélvis, desembocando nos gânglios ilíacos externos. Linfáticos da pélvis: são formados por grupos de gânglios linfáticos que se encontram ao longo dos vasos ilíacos externos, internos e comuns, pelo qual se descreve a estação ilíaca comum. Os gânglios ilíacos externos estão dispostos ao longo da veia e da artéria ilíaca externa, são dois ou três e estão situados imediatamente à direita do ligamento femoral e são denominados ilíacos comuns.
Os gânglios ilíacos internos ou hipogástricos estão situados ao longo do curso da artéria ilíaca interna, em relação com a parede lateral da parede pélvica e com a superfície anterior do sacro. Os gânglios ilíacos comuns estão situados no curso dos vasos ilíacos comuns e sobre o corpo da quinta vértebra lombar. Os vasos eferentes confluem nos gânglios linfáticos inferiores da estação lomboaórtica.
Coletores linfáticos principais Os coletores linfáticos principais se dividem em troncos supradiafragmáticos e subdiafragmáticos. Os coletores supradiafragmáticos são: o tronco subclávio, o tronco jugular, o tronco cervical transverso, o tronco mamário interno, o tronco mediastínico anterior, o laterotraqueal, o recorrente e o intercostal. Podem ser simples ou duplos e derivam das estações de gânglios homônimos, desembocando na confluência jugolosubclávia. Reúnem-se à direita formando o conduto linfático direito que termina na confluência formada pela veia jugular interna direita com a veia subclávia direita. O coletor subdiafragmático é o conduto torácico (coletor linfático mais longo do corpo). Corre ao longo do tórax e em parte do abdômen desemboca no ângulo de confluência da veia jugular interna esquerda com a veia subclávia esquerda.
Fonte: www.biomania.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário